sábado, 17 de julho de 2010

O GUIA

Aonde estava?
Por onde andei, já não me lembro mais...
Tudo é muito vago, tudo é incerto
A penumbra consome a todos.
No meio dessa fumaça eu os vejo.
Alguns sorriem, outros choram
Outros são indiferentes.
Todos estão sentados esperando por algo.
O que pode ser?
Ando por todos os lados
Mas não me acho em lugar algum.
Meus pés andam sozinhos
E minhas mãos procuram algo no vazio da dúvida
Sem mais nenhuma possibilidade.
... olhe pra cima,
tua visão está dentro...
Mas não consigo evitar
Tudo a que me forço, me consome.
Tenho medo de ir além, não consigo ver
E o que me espera será uma descoberta dos sentidos.
... está a tua volta,
respire o futuro...
O meu corpo que me segura de olhos abertos
Já não aguenta o fluxo descontrolado
de tudo que nada vejo
Isso que por um véu me faz desprotegido.
Agora guia meu corpo por um grande caminho
Mas tudo que me traz é o abismo
Eu e meu corpo caímos...
Despencamos no abstrato
Um substrato sem fundo...
Sem fim...
... tu voas
como um pássaro
tua mente é alada...
E por um momento, uma grande dor me consome
Das minhas costas saem asas muito grandes
Tudo que compreendo ma balança...
Sinto as asas...
Há um grande choque de existência...
Eu posso voar...
Olhos pra cima
Controlo minhas asas e procuro o futuro,
Na verdade já o respiro.
Minha mente o consome
E o presente é minha certeza
.
...tu já enxergas...